Rádio Voz do Maranhão

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O Globo destaca morte de criança queimada em ataque a ônibus em São Luís


JAQUELINE FALCÃO, COM AGÊNCIA BRASIL (EMAIL·FACEBOOK·TWITTER)
Ana Clara, de 6 anos, morreu após ter mais de 90% do corpo queimado em ataque de bandidos a um coletivo Reprodução TV

SÃO LUÍS - A menina Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, que teve 95% do corpo queimado em um ataque a ônibus em São Luís, no Maranhão, morreu às 6h30m desta segunda-feira. A morte da criança foi confirmada pela direção do Hospital Estadual Infantil Juvêncio Matos. Esta é a primeira morte em decorrência dos ataques de criminosos na noite sexta-feira. Bandidos incendiaram quatro coletivos e atacaram a tiros uma delegacia. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, a ordem dos ataques teria partido do Complexo Prisional de Pedrinhas após a Polícia Militar reforçar a segurança no local.

Ana Clara estava com a mãe e a irmã no ônibus da Vila Sarney, quando o veículo foi invadido e incendiado por homens armados. A sua irmã, de 1 ano e 5 meses, está bem, de acordo com a direção do hospital. Ela teve 20% do corpo queimado. Segundo o hospital, as queimaduras atingiram pernas e braço esquerdo. O quadro dela é considerado estável e fora de perigo.

O governo do Maranhão deve responder hoje se aceita ajuda do governo federal. O Ministério da Justiça ofereceu à governadora Roseana Sarney vagas em presídios federais para líderes de facções criminosas presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Para o ministério, a transferência de chefes de organizações criminosas para presídios federais tem sido eficaz para conter motins e ondas de violência coordenados a partir das cadeias estaduais.

Este ano, dois detentos morreram no interior do presídio. Um deles foi encontrado morto em uma cela de triagem com sinais estrangulamento e o outro foi vítima de golpes de uma arma artesanal com ponta de ferro aguda, semelhante a uma lança (chuço), durante briga de integrantes de uma facção criminosa.

Em 2013, 60 pessoas morreram no interior do presídio, três decapitados, segundo relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O documento foi produzido com base em inspeções no sistema prisional do Maranhão, em parceria com o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu à governadora Roseana Sarney explicações sobre a violência nos presídios do estado. As respostas da governadora poderão subsidiar um eventual pedido de intervenção federal no estado devido à situação dos presídios. O possível pedido também levará em conta o relatório do CNJ, que destaca a necessidade de se intensificar a cobrança, para que as autoridades maranhenses cumpram as recomendações feitas pelo próprio Conselho, pelo CNMP e pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Em dezembro, também em razão das mortes provocadas por brigas entre facções rivais em Pedrinhas, a OEA pediu ao governo brasileiro a redução imediata da superlotação das penitenciárias maranhenses e a investigação dos homicídios ocorridos.

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