Rádio Voz do Maranhão

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

João Abreu vai aceitar ser bode expiatório no escândalo da propina?

Gilberto Lima

Roseana Sarney e o 'fiel escudeiro' João Abreu
Puxado para o olho do furacão da ‘Operação Lava Jato’ pelo doleiro Alberto Youssef, João Guilherme Abreu, ex-chefe da Casa Civil do governo Roseana, deve ser chamado para depor no inquérito que investiga o pagamento de propina pelo acordo para liberação de R$ 113 milhões de precatórios à Constran. Além dele, a ex-governadora Roseana Sarney, agora sem foro privilegiado, é alvo das investigações. Pelas revelações feitas em reportagem de O Estado de S. Paulo, o doleiro entregou parte do valor da propina no Palácio dos Leões, momentos antes de sua prisão.

João Abreu sempre foi fiel escudeiro do casal Roseana/Jorge Murad. Já teria sido sócio de Murad em alguns negócios. Será que ele estava sozinho nessa empreitada da propina da Constran ou estaria a serviço de Roseana e Jorge Murad? Sabe-se que o marido da governadora operava nos bastidores do Palácio dos Leões. Muitas das decisões nas áreas das finanças e planejamento passavam pelo crivo dele. Era uma espécie de governador fantasma, que não aparecia, mas controlava setores importantes do governo. Sabia mais dos cofres do Estado que a própria governadora. Estaria à frente de muitos acordos feitos pelo governo. Na Casa Civil, João Abreu cumpriria ordens de Jorge Murad.

Agora, com o cerco fechado, resta saber se João Abreu vai aceitar o papel de bode expiatório, que assumirá a culpa pela negociata para pagamento de precatório à Constran, ou se aceitará delação premiada e entregar todos os que se beneficiaram desse esquema.

Segundo pessoas próximas ao clã, o clima é de tensão por conta das últimas revelações de depoimentos de Alberto Youssef. Advogados já trabalham na articulação da defesa de Roseana Sarney, que ficou vulnerável depois que perdeu o foro privilegiado. E quem está cuidando da defesa de João Abreu? O normal seria, neste momento crítico, o clã Sarney disponibilizar advogados para a defesa de Abreu. Se ficar largado, jogado ao mar da Lava Jato, para evitar o afogamento, pode contar tudo o que sabe sobre o recebimento de propina e quem foram os maiores beneficiários.

E aí, Roseana e Jorge Murad, vão abandonar João Abreu? Ele é um arquivo vivo e pode querer dividir as algemas com mais alguém. 

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