Informações do Blog do Raimundo Garrone
A Polícia Federal suspeita que empresas com laços familiares com o condomínio Murad/Sarney foram utilizadas para lavar dinheiro do esquema que desviou R$ 1,2 bi da saúde pública do Maranhão, entre 2010 e 2014.
A Polícia Federal suspeita que empresas com laços familiares com o condomínio Murad/Sarney foram utilizadas para lavar dinheiro do esquema que desviou R$ 1,2 bi da saúde pública do Maranhão, entre 2010 e 2014.
O Relatório de Inteligência Financeira do Conselho
de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), observa que o escritório de advocacia
Veras Advogados recebeu do ICN, somente nos meses de setembro e outubro, a
quantia de R$ 251.777,00. Além de considerar esse valor muito alto para dois
meses de serviço, o RIF chama a atenção para o fato de que a proprietária do
escritório, Ana Luisa Rosa Veras, é cunhada de Sebastião Murad, primo de
Ricardo Murad, que é cunhado de Roseana Sarney.
A PF vai fazer uma investigação apurada sobre o
caso, inclusive sobre as movimentações financeiras de Ana Veras.
“O RIF mostra a movimentação de R$ 251.777,00 em
apenas dois meses entre a banca de advogados e o ICN, há de se apurar se
tratou-se apenas deste episódio, o que seria explicável com a justificativa de
pagamento de serviços advocatícios, apesar do valor chamar a atenção ou se
houve um pagamento contínuo e periódico por longo tempo, envolvendo assim
valores maiores”, diz o relatório da Federal.
Conversas telefônicas de Ana Veras, monitoradas com
permissão judicial, revelaram que ela é proprietária de no mínimo seis imóveis
e que ainda hoje presta serviços ao ICN.
O delegado Sandro Jansen, responsável pela operação
Sermão aos Peixes, que investiga o
desvio bilionário dos recursos da Saúde, diz ainda em seu relatório que
considerando todas essas informações e o relacionamento de “parentesco” com um
dos principais investigados, Ricardo Murad, que deseja testar a “hipótese de
que com a máscara de contratos advocatícios, o escritório Veras Advogados (ou
mesmo Ana Luisa) participou de processo de lavagem de dinheiro”.
Uma outra movimentação financeira suspeita detectada
pelo Coaf, envolve a Construtora Domus Ltda., pertencente a Helena Almada Lima
Murad, esposa de Emílio Jorge Murad, irmão de Ricardo e cunhado da então
governadora Roseana.
A Domus recebeu recursos direto da conta corrente de
Aldo Oliveira da Silva, que tem remuneração como agente administrativo da
prefeitura de Primeira Cruz, de R$ 2.819,64 mensais, mas movimentou entre abril
e outubro de 2014, ano eleitoral, nada menos do que R$ 4.033.625,14.
Aldo Oliveira recebia depósitos do Cemec – Centro de
Medicina Clínica, empresa considerada de fachada pela PF, que foi contratada
pela Bem Viver para prestar serviços médicos superfaturados no Hospital
Regional Materno Infantil de Imperatriz.
O RIF ainda ressalta que há outros nomes importantes
envolvidos nas transações suspeitas da Cemec, como o de Maria Da Graça Reis de
Albuquerque, esposa de João Teodoro Nunes Neto, à época dos fatos, assessor
especial da Casa Civil, no governo Roseana Sarney.
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