Rádio Voz do Maranhão

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

PF vai investigar suspeita de lavagem de dinheiro por empresas de “parentes” dos Murad/Sarney

Informações do Blog do Raimundo Garrone

A Polícia Federal suspeita que empresas com laços familiares com o condomínio Murad/Sarney foram utilizadas para lavar dinheiro do esquema que desviou R$ 1,2 bi da saúde pública do Maranhão, entre 2010 e 2014.

O Relatório de Inteligência Financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), observa que o escritório de advocacia Veras Advogados recebeu do ICN, somente nos meses de setembro e outubro, a quantia de R$ 251.777,00. Além de considerar esse valor muito alto para dois meses de serviço, o RIF chama a atenção para o fato de que a proprietária do escritório, Ana Luisa Rosa Veras, é cunhada de Sebastião Murad, primo de Ricardo Murad, que é cunhado de Roseana Sarney.

A PF vai fazer uma investigação apurada sobre o caso, inclusive sobre as movimentações financeiras de Ana Veras.

“O RIF mostra a movimentação de R$ 251.777,00 em apenas dois meses entre a banca de advogados e o ICN, há de se apurar se tratou-se apenas deste episódio, o que seria explicável com a justificativa de pagamento de serviços advocatícios, apesar do valor chamar a atenção ou se houve um pagamento contínuo e periódico por longo tempo, envolvendo assim valores maiores”, diz o relatório da Federal.

Conversas telefônicas de Ana Veras, monitoradas com permissão judicial, revelaram que ela é proprietária de no mínimo seis imóveis e que ainda hoje presta serviços ao ICN.

O delegado Sandro Jansen, responsável pela operação Sermão aos Peixes,  que investiga o desvio bilionário dos recursos da Saúde, diz ainda em seu relatório que considerando todas essas informações e o relacionamento de “parentesco” com um dos principais investigados, Ricardo Murad, que deseja testar a “hipótese de que com a máscara de contratos advocatícios, o escritório Veras Advogados (ou mesmo Ana Luisa) participou de processo de lavagem de dinheiro”.

Uma outra movimentação financeira suspeita detectada pelo Coaf, envolve a Construtora Domus Ltda., pertencente a Helena Almada Lima Murad, esposa de Emílio Jorge Murad, irmão de Ricardo e cunhado da então governadora Roseana.

A Domus recebeu recursos direto da conta corrente de Aldo Oliveira da Silva, que tem remuneração como agente administrativo da prefeitura de Primeira Cruz, de R$ 2.819,64 mensais, mas movimentou entre abril e outubro de 2014, ano eleitoral, nada menos do que R$ 4.033.625,14.

Aldo Oliveira recebia depósitos do Cemec – Centro de Medicina Clínica, empresa considerada de fachada pela PF, que foi contratada pela Bem Viver para prestar serviços médicos superfaturados no Hospital Regional Materno Infantil de Imperatriz.

O RIF ainda ressalta que há outros nomes importantes envolvidos nas transações suspeitas da Cemec, como o de Maria Da Graça Reis de Albuquerque, esposa de João Teodoro Nunes Neto, à época dos fatos, assessor especial da Casa Civil, no governo Roseana Sarney.


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