O ex-secretário da SES, Ricardo Murad, apontado como
‘mentor intelectual’ da organização criminosa acusada de desviar R$ 1,2 bilhão
da Saúde, teria cobrado 30% de propina para liberar pagamentos atrasados às
Oscips. A revelação está em um escuta telefônica interceptada pelo PF no dia 27
de novembro de 2014, às 13h54.
Em conversa com um homem identificado como Joy, um dos
donos do Instituto de Cidadania e Natureza (ICN), José Inácio Guará, diz que Ricardo
Murad cobrava 30% de propina sobre contratos das empresas terceirizadas na SES.
Na conversa, José Inácio, já falecido, revela que
havia um atraso intencional nos pagamentos de terceirizadas, no final da
gestão, para fazer a cobrança da propina.
“Eles estavam devendo dez milhões de fornecedor,
atrasou de propósito... aí chamou o pessoal lá, e falou o seguinte: ‘Se tu me
der 30% eu pago‘”, afirmou Inácio Guará.
Ele acrescenta que Roseana mandou pagar, depois que
ele disse que não faria isso (pagar propina). “...estratégia e tal, a gente
conseguiu. A Roseana mandou pagar... tem que zerar tudo. Aí ele tinha que pagar
de alguma forma e pegar os 30% lá na frente, como diz... ele tinha que me dar
os 1000 pra receber os 30...”, acrescenta.
A conversa gravada está inserida no inquérito
resultante da Operação Sermão aos Peixes que cumpriu 13 mandados de prisão
preventiva, além de conduzir coercitivamente o ex-secretário à Superintendência
da PF, em São Luís, para prestar depoimento por mais de 15 horas.
Ricardo Murad teve o passaporte apreendido e não
pode se ausentar de São Luís sem autorização da Justiça.
Com informações do Blog Marrapá
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